quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A AMAZÔNIA COBIÇADA E AMEAÇADA NA GUERRA DE QUARTA GERAÇÃO

Alm. Roberto Gama e Silva

Estrutura geológica da Amazônia


Estruturalmente, a Amazônia brasileira divide-se em três grandes unidades, a saber: o Escudo das Guianas, o Escudo Brasileiro e a Bacia Sedimentar.


O processo de fusão experimentado pela terra a 3,7 bilhões de anos atrás, culminou com a concentração dos elementos mais pesados no seu núcleo.

Por diversas razões, parcelas dessas substâncias mais pesadas permaneceram em áreas próximas à superfície, encravadas em corpos que se foram solidificando para formar os Escudos.


Os dados disponíveis, sobre o subsolo regional, comprovam a vocação mineral da Amazônia brasileira.


Já foram localizados cinturões de rochas verdes nos quatro cantos da região.


Essas seqüências fornecem pistas seguras sobre a presença do ouro, metal pesado típico do Arqueozóico.


Os dois Escudos são formados pelas rochas mais antigas do continente sul-americano, a 3,7 bilhões de anos, aproximadamente. Ocupando 2 milhões Km² e formadas por mais de 200 chaminés vulcânicas.


Pelos dados disponíveis sobre o subsolo regional, pode-se avaliar a capacidade mineral da Amazônia brasileira.


Calculou-se, em 1986 que se poderia extrair de depósitos secundários mais de 15 mil toneladas de ouro puro, que, na época valiam 200 bilhões de dólares e equivaliam a 32% das reservas medidas do planeta
, sem contar a Amazônia.


Essa a razão pela qual, logo no início do governo Collor os japoneses propuseram a troca de toda a dívida externa brasileira pelo ouro da Amazônia.


Só recentemente começaram a aparecer os depósitos primários do precioso metal, localizados pela Companhia Vale do Rio Doce na província mineral de Carajás que, por sinal, ocupa uma área cortada por seqüências de “cinturões de rochas verdes”. Mais recentemente, a “Anglo American”, mineradora sul-africana, topou com grande depósito primário no Amapá, nas vizinhanças da Serra do Navio, onde o Grupo Antunes, testa de ferro de empresas norte-americanas e japonesas, esgotou uma grande jazida de manganês que, no futuro, poderá fazer falta ao Brasil.


À margem esquerda do Amazonas desde o rio Negro até o rio Jarí, revelou o maior depósito primário de cassiterita do país. As rochas da mina de Pitinga são também hospedeiras de ouro, nióbio, tântalo, zircônio, terras raras – ítrio, em particular-, e criolita, esta última um composto de flúor usado como fundente na eletrólise do alumínio.


Outro exemplo sugestivo das potencialidades dos Escudos Amazônicos nos é dado pelas chaminés vulcânicas neles localizadas. São mais de duzentas, das quais somente três foram submetidas à pesquisa.

Numa delas, o morro dos Seis Lagos ( área Ianomâmi), no município de São Gabriel da Cachoeira (AM), o maior depósito de nióbio do mundo. Ainda contém quantidades apreciáveis de óxidos e carbonatos de ferro, de manganês, titânio, apatita, barita, fluorita, wolframita e minerais radioativos.


As duas outras chaminés, ambas localizadas no Baixo-Amazônas setentrional (PA), guardam mais de 2 bilhões de toneladas de anatásio, minério de titânio. Somadas estas reservas com aquelas localizadas em Tapira (MG) e Catalão (GO), que totalizam 1 bilhão de toneladas, o Brasil desponta,, na liderança dos detentores de reservas de titânio.


Os Escudos encerram a quarta maior reserva de cassiterita do planeta, a quinta de minério de ferro, além de quantidades apreciáveis de chumbo, cobre, cromo, diamantes, lítio, manganês, molibdênio, pedras preciosas, prata tântalo, tungstênio, zinco, zircônio e minerais radioativos, particularmente o tório.


Os platôs do Baixo-Amazonas e da bacia do rio Capim alojam reservas de bauxita de grau metalúrgico da ordem de 3 bilhões de toneladas, quantidade suficiente para colocar o Brasil em terceiro lugar no contexto mundial.


Nesses mesmos ambientes geológicos encontram-se as reservas nacionais de caulim, consideradas a 2ª do mundo, e de bauxita de grau refratário, mineral raro, estratégico, encontrando-se apenas na China, Guiana, Suriname e Brasil.


Quanto ao petróleo, a busca foi interrompida abruptamente na segunda metade da década de 60, depois de perfurados apenas 316 poços. Para comparação as áreas sedimentares dos Estados Unidos da América são pesquisadas, ainda hoje, na razão de 16 mil poços por ano. Dez anos depois de abandonar a região, retomou a Petrobrás, perfurando pouco mais de uma centena de poços em terra com sucesso.


Na chamada “Província do rio Urucu”, proximidades de Coari (AM), existem reservas medidas de 34,9 milhões de barris de óleo e de 18,4 bilhões m³ de gás, enquanto que na “Província do Juruá”, vizinha de Carauarí (AM), já foram medidos 3,5 bilhões m³ de gás.


Corrida do Ouro em terra de índio.

A Internacionalização da Amazônia.


2 Jul 2007 – Projeto do governo libera à exploração internacional a maior reserva mineral do mundo, situada em terras indígenas e ocupando 13% do território brasileiro.


As empresas beneficiadas terão que pagar “Royalties” aos índios. A área é rica em minerais raros, como nióbio, tantalita, ouro, diamantes, cobre, estanho e urânio.


Tramitam no DNPM 4.821 requerimentos de direitos de pesquisa e lavra.


Resolução da ONU cria um Estado dentro do Estado.


12 Set 2007 – Com o voto do Gov brasileiro Resolução da ONU confere um status de autodeterminação e quase independência aos povos indígenas.


Fica proibida a presença militar nas Terras Indígenas.


Poderão criar instituições econômicas, sociais, jurídicas, políticas, próprias e autônomas, sem considerar a Constituição do País onde vivem.


Corrida do Ouro em terra de índio.

A Internacionalização da Amazônia.


2 Jul 2007 – Projeto do governo libera à exploração internacional a maior reserva mineral do mundo, situada em terras indígenas e ocupando 13% do território brasileiro.


As empresas beneficiadas terão que pagar “Royalties” aos índios. A área é rica em minerais raros, como nióbio, tantalita, ouro, diamantes, cobre, estanho e urânio.


Tramitam no DNPM 4.821 requerimentos de direitos de pesquisa e lavra.


Resolução da ONU cria um Estado dentro do Estado.


12 Set 2007 – Com o voto do Gov brasileiro Resolução da ONU confere um status de autodeterminação e quase independência aos povos indígenas.


Fica proibida a presença militar nas Terras Indígenas.


Poderão criar instituições econômicas, sociais, jurídicas, políticas, próprias e autônomas, sem considerar a Constituição do País onde vivem.


Grupo tenta legalizar a mineração na reserva


Publicado pelo Estadão e reproduzido da Resenha do EB.


Roldão Arruda


A polêmica em torno da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, não envolve apenas a questão dos grandes produtores de arroz que se recusam a deixar a região. O subsolo da área, com 1,7 milhão de hectares, também é rico em minérios - fato que desperta interesses de empresas nacionais e internacionais e movimenta o Congresso. Existe um grupo suprapartidário trabalhando intensamente para a aprovação de um projeto que libera a mineração em terras indígenas de todo o País.


Eles querem aprová-lo neste ano, com apoio do governo. Vale lembrar que a versão inicial do texto - que chegou ao Legislativo há 11 anos e passou por várias modificações - foi feita por um parlamentar roraimense, o senador Romero Jucá (PMDB), líder do governo.


De acordo com o escritório regional do Serviço Geológico do Brasil, cuja sede fica em Manaus, a região da reserva Raposa Serra do Sol é bastante rica em ouro e diamante. Isso causou a invasão da região por sucessivas ondas de garimpeiros, até os anos 90, quando começaram a rarear os veios de minérios mais superficiais, mais fáceis de serem localizados.


Segundo o geólogo Marcos Oliveira, diretor do escritório regional, ainda podem ser encontrados os chamados terraços aluvionais de ouro e diamante. Mas as jazidas mais ricas exigem maior trabalho mecânico. A região também abriga reservas de nióbio, cassiterita e platina. O pedaço de terra mais rico da região, que abrange Rondônia e parte do norte do Amazonas, está no território dos índios ianomâmis - que começa em Roraima e segue pelo Estado amazonense.


Entre os índios há divergências sobre o que fazer, se o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar a criação da reserva. Uma parte deseja a exploração das jazidas, em troca de participação nos lucros, e outra se opõe.


“Nós não queremos acabar com terras e águas, como fazem os brancos. Se for fazer mineração, tem que ser de maneira sustentável. Não temos culpa se Deus colocou essas riquezas em nossa terra”, diz um dos representantes da população da Raposa, Cristóvão Macuxi.

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