quinta-feira, 2 de outubro de 2008

ANIANAS

“A forma dá o ser à coisa”


Carlos Mendes

Escritor. Autor do romance “O Milênio e o Tempo”

NOTA: Este artigo está embasado nas declarações da palestra proferida pelo Gal. Luiz Gonzaga Lessa, em 10/06/08, Clube Espéria, São Paulo, evento para a qual o autor foi convidado.


Paramentados com batinas de diversas cores distinguindo múltiplas ordens eclesiásticas, talvez de conveniências inconfessáveis, grupos humanos estrangeiros foram chegando aos poucos na Amazônia e especialmente em Rondônia se assentaram como missões que hoje em dia se duvida das suas intenções religiosas.


Amparados por um cabedal de axiomas tornados aqui em leis protecionistas de preservações ambientais e culturais dos nossos anianas(*), eles estenderam falsas ambições por lhes faltar autenticidade de intentos legítimos e com elas engodaram o incauto dirigente da pátria que, através de Celso Amorim, ministro de Relações Exteriores acabou instruindo o seu diplomata em Genebra a assinar na Europa uma declaração de conseqüências desastrosas para o Brasil ao declarar como direito consagrado a uma nação a soberania de etnias dos grupos indígenas sobre os territórios demarcados como suas reservas.


E o secular intento de meter uma cunha beligerante na amazônica região brasileira foi então consumado, deflagrando em solo brasileiro as articulações que sempre começam com os clássicos discursos fascistas, que nem democracia liberal e nem socialismo são. E o modelo presente nessas deflagrações e articulações na região afetada mostra o cinismo secular dos que sempre tiveram como real objetivo o enriquecimento com as riquezas de outras nações, conceito que se torna esdrúxulo neste novo viés imperialista praticado pela fusão do que diria ser um modelo igual dos dois poderes totalitários da antiguidade, que imaginávamos secularmente extintos.


A neo-monarquia e o clero arcaico dão-se novamente as destras para as conquistas que eram tanto ambição de reis quanto de papas. Isto assustaria o próprio Adam Smith, autor do conceito universalmente aceito como gestão interna de nações desejosas de se auto-desenvolverem.


Presentemente, ressentimentos nacionalistas estendem sobre a região amazônica brasileira os olhares ávidos de dominação pela ocupação, processo que já está bem adiantado por conta do disfarçado estratagema colonialista ocupacional travestido de missões católicas nessa região. Fortemente presente em Rondônia, estado cuja superfície territorial foi declarada por lei quase que totalmente reserva indígena, nem estradas podem lá ser construídas. Esta é uma estratégia que faria envergonhar até mesmo o grande general Napoleão planejando derrubar pontes onde nem estradas existiriam.


Aos anianas deste esplêndido berço brasileiro quer a Europa, ameaçada de pagar “rios” de dinheiro pela água que em vinte e cinco anos lhe faltará, usá-los como cunha estratégica para aqui assentar seus interesses à exploração das nossas reservas de água potável, isto para não falar da ânsia de subtrair-nos as imensas reservas de ouro, manganês e outros metais preciosos como o nióbio, presente nas reservas Ianomâmis, além de outras riquezas minerais abundantes nas reservas Raposa Serra do Sol e na do alto e médio Rio Negro, entre tantas outras mais igualmente expressivas pela extensão territorial que a política de demarcação de terras contínuas concedeu aos nossos anianas numa proporção de 1 índio para cada quilômetro quadrado.


Há no Congresso Nacional 33 propostas de revisão na política indigenista e o quanto isto é crucial para a defesa da soberania nacional demandaria um alentado artigo que me proponho escrever se houver manifestações de interessados em lê-lo.


Anianas tornam-se, por conveniência estratégica, os membros de mais de 200 mil ong´s já infiltradas no território brasileiro, todas com bases operacionais na nossa região amazônica. Agora faça o leitor a conta de quantos milhões será a presença estrangeira nessa região e, por outro lado, o desplante dos dispositivos legais que impedem os brasileiros de lá se assentarem por conta das leis que somos obrigados a respeitar e os estrangeiros não.


(*) Indígenas do norte do Brasil

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