quinta-feira, 2 de outubro de 2008

As Raposas sem o Sol

Por Cecy Lya Brasil

Escritora e Vice-Presidente da A.R.L

URL:: http://www.folhabv.com.br/noticia.php”editoria=opiniao&Id=41764

4/06/2008


Na época do Brasil Colônia, quando Portugal lutava para manter as terras recém conquistadas para a Coroa, os portugueses por aqui aportaram, com o mesmo objetivo. Ao chegarem encontram índios de diversas etnias, embora os “troncos” fossem apenas dois: os Aruaques, vindos do Lago Titicaca (Bolívia/Perú) e os Karibenhos, oriundos do Karibe.


Ambos os “troncos” eram de índios bravos, guerreiros, destemidos. Os Karibenhos eram mais fortes, e eliminaram quase que totalmente os Aruaques. São, portanto, da genética dos Karibenhos a maioria das etnias existentes em Roraima, hoje.


No início, quando da chegada dos portugueses, logicamente não foi fácil o convívio do índio com o não índio, porém aos poucos, mutuamente, brancos e nativos foram conquistando a simpatia e confiança entre eles, e com o passar dos anos, essa convivência e união, tornou-se pacífica.


A região amazônica sempre foi muito inóspita e isso dificultava a permanência do “branco” neste solo pátrio, tão cobiçado pelos espanhóis, ingleses, holandeses e quiçá outros piratas verdadeiros, que buscavam principalmente o lendário “El Dourado”. Com tantas ameaças, houve a necessidade premente de se construir uma fortaleza que impedisse a entrada dos ditos, aí sim, alienígenas. Assim, nasceu o Forte São Joaquim (1775), e com ele a chegada dos primeiros militares, que aliás tinham no índio a sua milícia.


Porém, havia um desafio maior: a fixação do “branco” nas terras do Vale do Rio Branco.


O Marquês de Pombal, eminência parda do Rei e meio irmão de Francisco Xavier de Mendonça Furtado, governador da província do Grão Pará, portanto o “manda chuva” da região Amazônica, determinou um “gordo bônus” para quem se casasse com uma nativa e constituísse família, a fim de povoar essas terras(estratégia copiada hoje).


Com o acasalamento do branco com o índio, surgiu o nosso “caboco”, que aos poucos foi provando, gostando, se aculturando e interagindo com a cultura do “branco” e vice “ versa, com a sabedoria e conhecimento do índio.


O resultado de séculos desse convívio foi absolutamente pacífico. E quem iniciou esse processo foi exatamente o militar designado para o Forte.


Quase dois séculos e meio se passaram e, da pequena Freguesia Nossa Senhora do Carmo, que passou a Vila e desta para Município, depois Território e hoje, Estado, sempre presente esteve não só para proteger o cidadão, mas, as nossas terras da grande cobiça estrangeira, o brioso Exército Brasileiro.


Essa verdade sempre foi constatadora, até que no início da década de 70, começou a ser “implantada” pela igreja católica (o lado negro da igreja), tendo no comando o seu bispo, D. Aldo Mongiano, promovendo a dissídia, a discórdia entre índios e classes organizadas, como fazendeiros, garimpeiros e entre as próprias etnias, as quais, algumas discordavam e discordam das opiniões da igreja católica, esta, apoiada por ONG”S internacionais.


Dom Aldo, vindo diretamente de Angola (onde participava da guerra), era acostumado em guerilhas, não encontrou muita dificuldade em implantar e levar adiante seu plano de “entregar” o Estado a estrangeiros, uma vez que por atavismo o roraimense é pacífico, dócil e de certa forma ingênuo. Assim, dia após dia, mês a mês, ano a ano esse sórdido plano foi crescendo e, hoje, estamos numa situação “quase”, eu disse “quase”, que irremediável, pois no comando maior temos o PT, que aliado à Igreja Católica tenta entregar em “bandeja de ouro” (literalmente ), o nosso rico Estado, usando como pano de fundo e escudo o índio. Porém, com a união de todos, não vamos permitir que isso aconteça.


Se fosse tão importante a manutenção do índio na terra, se fosse tão importante a preservação da cultura indígena, por que eles, americanos, ingleses, dizimaram os seus e os expulsaram de suas terras”.


Se fosse tão importante a preservação da Amazônia dita como patrimônio da humanidade, porque “eles” acabaram com suas florestas, suas matas, etc.. Até podemos considerar a Amazônia como patrimônio da humanidade, dado as suas imensuráveis riquezas, mas todo patrimônio tem que ter seu guardião, e quem melhor para guardá-lo, honrá-lo, preservá-lo, respeitá-lo, do que aquele que saiu de seu ventre, o seu filho “caboco” amazônida” E para guarnecer com amor pátrio as nossas fronteiras, quem melhor do que o Exército Brasileiro”.


Não estamos questionando o direito do índio a ter sua terra, o que questionamos é o absurdo, o montante de terras, para poucos índios. Se colocarmos o mapa de Roraima e sobrepusermos o mapa da área Raposa Serra do Sol, vamos encontrar exatamente a área mais rica do Estado, os minérios atualmente mais cobiçados do mundo, mobilênio, tantalita, urânio, ouro, diamante, cassiterita, entre outros. Será isso uma coincidência”.


Não precisamos olhar pra trás, basta olharmos para o lado e vamos encontrar a lamentável situação do Iraque. Os Estados Unidos da América do Norte, com a deslavada desculpa de que o Iraque estava fabricando bombas nucleares, invadiu e faz a guerra, onde milhares de almas padecem em nome da “PAZ”, quando na realidade é o famoso “ouro negro”, o petróleo que eles querem. Da mesma forma está acontecendo conosco, com a desculpa da preservação do índio, estão roubando nossa dignidade, nosso Estado, que é a entrada para a internacionalização da Amazônia.


“O pior cego é aquele que não quer ver”.


Em meio a tudo isso, graças à Deus, temos como aliado o Exército Brasileiro, que recentemente não se acovardou e se posicionou contra essa falta de brasilidade do Governo Federal. Graças a Deus, o Exército não é cego, ao contrário, tem no comando da Amazônia, o General Augusto Heleno, e em Roraima, o General Elieser Monteiro, ambos com visão holística e que honram com patriotismo e com brasilidade a farda que vestem e o país onde nasceram.


Não estou somente levantando a bandeira dos rizicultores, que com unidade estão vencendo cada batalha, coisa que faltou aos pecuaristas: Não se trata da bandeira de A, B ou C, trata-se da bandeira da “SOBERANIA NACIONAL”. Trata-se de prevenir e/ou ordenar futuras demarcações como é o caso do Anaro, região do Parimé; trata-se de viabilizar este nosso jovem estado de Roraima; trata-se de honrar, reconhecer e até agradecer a segurança de nossas famílias, a educação, o emprego de nossos filhos e até mesmo o fluxo de dinheiro que é mensalmente injetado na economia “travada” de nosso querido Roraima.


Assim, caminho lado a lado com o Exército, com o Governo do Estado, com os Governos Municipais, com a sociedade civil, sociedades organizadas, políticos e etc, por um Estado mais justo, mais tranqüilo.


Se o Supremo Tribunal Federal, por algum desconhecimento decidir pela área contínua, aí sim, a Raposa dos nossos lavrados ficará sem o Sol que ilumina, irradia e aquece cada coração roraimense, filho de Makuna” imã.

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